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Por que tantos tiros e sangue em filmes de Hollywood?

Tragédia no set de Rush, do ator Alec Baldwin expõe a necessidade dos Estados Unidos e do Brasil bolsonarista discutir o desarmamento nas ações e nas mentes

Marcus Vinícius de Faria Felipe
Se teve algo que a maioria das pessoas fizeram durante os meses de isolamento da pandemia foi assistir filmes, muitos filmes nas redes de streming (NetFlix, Amazon, GloboPlay etc) e nas tvs a cabo.
Não fui uma exceção.

Assisti muitas películas e me interessei pelos filmes de comédia do cinema francês, espanhol e argentino. Razão: roteiros inteligentes e bem humorados. Mais notei algo mais: não havia tiros, perseguição em alta velocidade ou sopapos.

O contrário não pode ser dito de filmes de Hollywood. Até “Crônicas de Natal”, estrelado pelo ator Kurt Russel não escapa a este clichê, com Kurt no papel de Santa Klaus fugindo da polícia num covertte vermelho roubado.

Mas o que esperar de uma indústria que demostra cada vez mais sinais de falta de criatividade a ponto da franquia “Velozes e Furiosos” já ter feito 9 filmes!?

Os filmes de autores latinos contrastam contra os clichês yankes de tiro-velocidade-porrada e sangue.

Um Banho de Vida (2019), de Gilles Lellouche conta uma história de um bando de homens da meia idade que resolve praticar nado sincronizado! Sete marmajos desajustados, deprimidos e com baixa alto estima se encontram no esporte. Imperdível num tempo de pandemia.
Em Toc Toc, cada personagem possui um ou mais comportamentos compulsivos juntos numa terapia de grupo involuntária

E o que dizer do divertidíssimo Toc-Toc (2017) de : Vicente Villanueva, que coloca numa mesma sala um grupo de pacientes com transtorno obsessivo compulsivo (TOC) que precisa aprender a conviver uns com os outros, enquanto espera numa sala de espera a chegada do doutor?

Hermanos fizeram película digna de clássicos como “Golpe de Mestre” da dupla Robert Redford/Paul Newman
Vale o mesmo para a comédia cínica do diretor argentino Gastón Duprat, “ Minha obra prima (2018)”, quando um marchant famoso ajuda um amigo, artista plástico renomado, em crise de criatividade a aplicar o golpe do século.

A tragédia envolvendo o ator Alec Baldwin, um declarado pacifista anti-armas é um amargo sinal de alerta de que algo deve ser mudado na indústria norte-americana de cinema.
Até quando os nossos brothers do Norte vão continuar incentivando a violência em seus filmes.

Por que tanto apelo às armas. E bullyng? É dificílimo um filme dos EUA sem um adolescente problemático numa escola onde é normal agredir colegas no tapa só porque não se enquadram como “normais”, sendo este que este jovem “normal” é o que apela ao uso da força física contra quem é “diferente”.

Oremos para que a morte precoce da diretora de fotografia Halyna Hutchins, sirva como ponto de reflexão para esta indústria que parece ter sido incapaz de se renovar nestas primeiras décadas do século XXI.

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