Quanto mais o tempo sem um Plano Diretor, mais Goiânia perde do ponto de visto econômico, social e ambiental. E fica a pergunta? Quem é que vai pagar este prejuízo?
Categoria: Economia
Durante palestra na Asban (Associação Brasileira dos Bancos), em Goiânia, realizada em 04 de mai de 2013, presidente da Câmara de Comércio Brasil China elogiou desonerações feitas pela presidenta Dilma naquela época e disse que País tem que atrair capital estrangeiro para crescer no ritmo chinês
Empresário e economista Charles Tang proferiu palestra no auditório da Asban (Associação dos Bancos de Goiás/TO. Chinês de nascimento e brasileiro por opção, como costuma dizer, Charles Tang preside desde 1986 a Câmara de Comércio Brasil China. Ao lado do doutor em Economia Jefferson de Castro (PUC-GO), Tang discorreu
sobre o comércio bilateral entre os dois países e sobre o tema da palestra, “O papel dos Brics na Economia Mundial”.
O evento, que teve apoio da Asban, foi organizado pela Confraria Século XXI, com respaldo da PUC-GO. A Confraria reúne, a cada dois meses, expoentes das mais variadas áreas para encontros que tenham como pauta temas de interesse de Goiás e do Brasil.
Charles Tang apresentou números superlativos do comércio sino-brasileiro: No ano de 2012, o Brasil exportou US$ 29 bilhões para China, importando US$ 22 bilhões, num superávit de US$ 6 bilhões para o Brasil.
O defensor do livre comércio entende que o Brasil reúne melhores condições que a China e o Japão para ser um “tigre exportador” e salienta que além de matéria-prima, energia em abundância e mão de obra em idade ativa, o País faz a lição de casa ao reduzir juros e o chamado Custo-Brasil. “A presidenta Dilma Roussef, do PT, é a
primeira dirigente a enfrentar o problema dos juros altos e do Custo-Brasil com a política de desoneração das cadeias produtivas”aponta. Atítulo de exemplo, destaca que na China a carga tributária representa 23% do PIB, e no Brasil, 34%.
Juros
Crítico do “Consenso de Washington” e do receituário monetarista, Charles Tang deixaria corado o economista tucano Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central, que no seu blog Mão Invisível (http://maovisivel.blogspot.com.br/) propõe o aumento dos juros e recessão para “frear a economia e demitir mesmo, como saída
para o Brasil”.
Tang diz que arrocho, desemprego e juros altos só produzem pobreza. “O fim de qualquer teoria econômica é o bem-estar da sociedade e a estabilidade monetária é um meio para este fim. O Brasil, no entanto, não permitiu, com os juros altos, o crescimento da economia a título de manter esta dita estabilidade monetária. Nós fizemos uma política continuada de pobreza para manter esta tal estabilidade”, ataca.
Em seu livro Aliança Brasil China – Uma estratégia para a prosperidade
(Ed.Aduaneiras, SP, 2013), que reúne artigos para Folha, China Daily, Estadão e outros, ele dá números ao desatino monetarista:
“No fim do governo Collor, o Brasil tinha R$ 30 bilhões de dívida interna líquida e cerca de US$ 110 bilhões de dívida externa. Atualmente a dívida interna líquida atinge um trilhão de reais e a nossa dívida externa dobrou. Em dez anos (1995-2005) um PIB inteirinho – a soma das riquezas do Brasil – foi investido nesta política de manutenção da aparência de estabilidade monetária” (A política de juros exorbitantes – Capítulo 2).
Protecionismo
Charles Tang acredita que o Brasil deve eliminar todos os entraves ao investimento estrangeiro no País. Assegura que fórmula deu certo na China. “O governo chinês estimulou a entrada de capital estrangeiro, a ponto que a empresa estrangeira pagava 25% de imposto de renda e a empresa chinesa, 33%. Com isto todo empresário chinês queria se associar a um empresário estrangeiro para pagar menos impostos”,
ensina.
Na sua avaliação, o Brasil erra ao limitar a compra de terras por estrangeiros. “Milhões de dólares de investimentos que iriam para o Brasil estão sendo relocados para os vizinhos na América do Sul”, afiança, ressaltando que, além do fomento à produção agrícola, empresários chineses pretendem investir na indústria de alimentos
e em logística, agregando valor aos produtos e barateando o frete. “O Brasil precisa confiar mais na sua soberania e nas suas leis. Não se pode pensar que os estrangeiros vão carregar um pedaço de terra para fora”, ironiza.
Segundo Charles Tang, além de investimentos no agrobusiness, a China está preparada para investir em PPP`s (Parcerias Público Privadas) para construção de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. "China cresceu fazendo PPPS. Toda infraestrutura foi construída neste modelo, quando o país ainda não tinha capital. Hoje a China tem US$ 1,3 trilhão em reservas cambiais e continua estimulando as PPPS,
porque confia nas suas leis e gera confiança nos parceiros estrangeiros para investimento”, frisa.
Tang confia que destravando a legislação para investimentos em terras, nos leilões do pré-sal e reconsiderando o aumento do IPI para carros com menos de 65% de nacionalização, a economia brasileira poderá crescer a taxas de 4% a 5%.
“Por que escrevi o livro Aliança Brasil China – Uma estratégia para a prosperidade? Simplesmente porque nós, no Brasil, sabemos que não temos poupança interna suficiente para fazer todos os investimentos que necessitamos para alavancar o crescimento. Não temos como construir a infraestrutura (ferrovias, rodovias, aeroportos, portos), nem reformar todo sistema educacional. O Brasil não deve se preocupar com protecionismo. A China, todos estes anos, deu vantagens fiscais para indústria estrangeira, pois sabia que o estrangeiro trazia capital que gerava empregos, riquezas e divisas para a China”, reitera.
Bretton-Woods
Desenvolvimentista, com um pé em Keynes (John Maynard Keynes inspirou o New Deal, política de distribuição de renda e incentivo estatal à economia levado à cabo pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosenvelt, que tirou os EUA da Grande Depressão de 1930) e outro em Max Webber (sociólogo alemão que teoriza
sobre a racionalidade do capitalismo), Charles Tang resume o milagre chinês numa opção: a prosperidade.
“Em 1978 quando Deng Xiao-Ping disse ao povo chinês que
“enriquecer é glorioso”, fez a opção pela prosperidade. E ser cada vez mais próspero é a ambição da China”, garante. “O presidente Lula também mudou o Brasil quando teve a ousadia de fazer uma
maciça distribuição de renda com o Bolsa Família (que foi muito criticada pela oposição) que tirou 40 milhões de brasileiros da miséria, criou uma nova classe média, colocou 25 milhões de crianças na escola, garantindo um futuro muito maior para o País”, enaltece.
Para Charles Tang está caduco o acordo de Bretton-Woods que estabeleceu o dólar como moeda forte do sistema internacional e criou os principais organismos financeiros como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. Os países credores como O Brasil, China, Índia e Rússia, principais parceiros dos Bric´s, devem lutar para ocupar o espaço que têm por direito nas organizações internacionais
financeiras e de comércio, que hoje são dominadas pelos países devedores (europeus e EUA)”.
REM x Dólar
No futuro próximo, vê o euro e a moeda chinesa, o reminbim (REM), como substituto do dólar das trocas comerciais. A seu ver, o déficit público norte-americano financiado com a emissão de moeda sem lastro está com os dias contados.
Casado com uma brasileira, Charles Tang passa 40% do tempo no Brasil, outros 40% na China e o restante entre Estados Unidos e Europa. Mercantilista, ou mascate se preferir, ajudou a trazer para o Brasil empresas como a Jac Motors e a ZTE, gigante chinesa das telecomunicações. Ele vê inúmeras oportunidades de
investimentos para Goiás e Goiânia. E acredita que, além do agrobusiness, há interesse em indústrias para geração de energia solar e eólica, usinas de tratamento do lixo, para produção de energia e adubo, infraestrutura e intercâmbios comercial e cultural.
HISTÓRICO
Charles Tang e seus pais deixaram a China na Era Mao Tse Tung. “Somos uma família capitalista. Migramos para Hong Kong, depois para os EUA e finalmente para o Brasil”, ressalta. Formado em Economia e Sociologia em Cornell (EUA), foi contratado pelo Banco de Boston para implantar o leasing no Brasil. O sucesso foi tamanho que outras onze instituições o contrataram como consultor, entre elas o Banco Bozano Simonsen e o Banco Safra. Ao final, o próprio Tang deixou o Banco de Boston em 1974 e montou sua própria empresa de leasing, a Lease Capital S/A.
“Quando estava saindo do Banco de Boston, procurava um gerente de negócios, e este veio a ser um goiano, Henrique Meirelles, que iniciava ali uma brilhante carreira no Boston”, revela.
http://dm.com.br/texto/111269-juros-baixos-e-menor-protecionismo
Reconhecido como um dos maiores nomes do jornalismo econômico, Aloysio Biondi escreveu nas páginas do Diário da Manhã, nos anos de 1994 e 1995, uma das principais críticas ao Plano Real e à política de privatizações da Era FHC
Marcus Vinícius de Faria Felipe
No início dos anos 1990, o Diário da Manhã foi talvez o único jornal a remar contra a maré neoliberal. Em 1994, a convite do jornalista Batista Custódio, retornava ao DM (após uma passagem em 1980) o jornalista Aloysio Biondi. Com dois prêmios Esso em Economia, Biondi foi um dos principais críticos da política de câmbio fixo do Plano Real. Denunciou, como poucos, a farra das privatizações dos governos do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e os danos à economia da paridade artificial entre o Real e o Dólar.
A leitura dos artigos e livros de Aloysio Biondi é fundamental para os jornalistas que pretendem escrever sobre Economia. Sua obra continua atual nestes dias de política econômica protofascita e ultraliberal defendidas pelo ministro da Economia Paulo Guedes e pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Não era fácil criticar o neoliberalismo – conjunto de políticas elaboradas através do Fundo Monetário Internacional -, que propunha a redução do Estado na América Latina. Naqueles dias, o México, a Argentina, o Chile adotaram o receituário do Estado Mínimo, proposto pela “Escola de Chicago”, do economista Milton Friedman. Era a vez da América Latina pôr em prática as experiências privatizantes que Margareth Tatcher havia realizado na Inglaterra.
O Brasil, do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), acabara de aderir às teses do Consenso de Washington, que propugnava aos governos do Terceiro Mundo a venda das empresas e bancos estatais, arrocho salarial e juros altos para conter o consumo e forçar a criação de uma poupança interna. Todos os principais meios de comunicação aderiram ao que Biondi e jornalistas como Luis Nassif batizaram como “pensamento único”.
Hoje Biondi não está entre nós, e Nassif, um dos poucos jornalistas econômicos que ainda rema contra a maré neoliberal, sofre forte ataque de Law Fare, que ameaça sua iniciativa editorial, o Jornal GGN, uma das poucas vozes contra o neoliberalismo e a necropolítica. A perseguição a Nassif está sendo denunciada por vários veículos.
Não havia saída fora do neoliberalismo: era este o mantra estampado em manchetes todos os dias pelo Globo, Folha, Estadão e Veja aqueles anos 1990, mas o Diário da Manhã resolveu remar contra a maré. Na sua Olivetti Lexigon 80, Aloysio Biondi disparava análises mortais sobre os danos que as políticas postas em curso pela equipe econômica de FHC causavam ao país: desemprego, concentração de renda, perca de capacidade de investimento do Estado, empobrecimento da população.
Acompanhamos a trajetória de Biondi no DM com entusiasmo. Havia adentrado no DM em 1992, e a chegada de Biodi foi revigorante para todos os jovens jornalistas daquela epoca. No ano 2000, registramos o seu trabalho de crítica ao receituário neoliberal numa monografia de colação de grau no curso de Economia da PUC-GO, homenageando o velho mestre e todos jornalistas que lutaram contra o pensamento único, como nosso colega goiano, Lauro Veiga Jardim, parceiro de Biondi em várias redações de economia e que continua sua militância jornalística nas páginas do Jornal O Hoje.
Remando contra a maré
Sob a direção de Aloysio Biondi, o Diário da Manhã, assume no período de 1994 a 1995 uma postura crítica em relação à abertura econômica sem contra-partida, à política de importações sem limites e alerta para os efeitos da sobrevalorização do real sobretudo para os preços agrícolas e a balança de pagamentos. Este tipo de abordagem crítica, também seria verificada nos artigos dos economistas Delfim Netto, Maria Conceição Tavares e Luis Gonzaga Belluzo. Mas Biondi era a voz mais contundente contra os desmandos da equipe econômica tucana.
No dia 2 de julho de 1994, portando, um dia após a implantação do Real, Aloysio Biondi produz o primeiro, de uma série de artigos críticos que irá imputar ao plano. “Os verdadeiros ‘vilões’ do real”, é o título que abre a página 9 do DM. O comentário se baseia na entrevista não autorizada do ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, conhecida a época como o “escândalo da parabólica”. Numa conversa informal com o jornalista Carlos Montenegro, os estúdios da Rede Globo, em Brasília, Ricupero fez inconfidências sobre o real, entre elas, de que “a gente mostra o que é bom e esconde o que é ruim”. A conversa indiscreta foi captada por telespectadores de Brasília, por meio de antena parabólica e teve grande repercussão na mídia na época..
Na sua abordagem, Biondi critica os cortes no Orçamento Geral da União implementados pela equipe econômica, parte do programa de ajuste protagonizado pelo real. Na entrevista, Ricupero admite que o governo estava atrasando a votação do orçamento de 1994 para cortar gastos através de um ardil constitucional: “quando o orçamento não está aprovado, o governo pode gastar somente um doze avos, isto é, o orçamento dividido em doze fatias iguais, por mês”. Sem correção monetária, sentencia Biondi, a execução deste orçamento implica num corte indireto nos gastos com saúde, educação e custeio da máquina, produzindo, ganhos para o governo com a inflação.
Desindustrialização
A especulação no mercado financeiro e a abertura da economia brasileira às importações também estão na mira do ex-editor-geral do Diário da Manhã: “As empresas, ao importar, não precisam mais apresentar documento, ao governo, provando que os preços que estão pagando são justos. isto é: a filial de uma multinacional pode importar peças da matriz por um preço de 100 dólares, embora seu valor verdadeiro seja 50 dólares. A matriz “lucra” 50 dólares por peça, e o Brasil perde esse dinheiro. Bilhões de dólares, no final das contas remetidos disfarçadamente para a matriz. E mais: a matriz, com o superfaturamento, aumenta seu lucro lá fora — e paga mais Imposto de Renda ao governo de seu país. A filial, aqui no Brasil apresenta um prejuízo (ao declarar um custo artificial para as peças) – e não paga IR ao governo brasileiro”(Biondi, Aloysio Quando o real vale mais que o dólar, jornal Diário da Manhã, 4/9/1994, pág. 9,).
“As importações estão dando “saltos” porque o governo brasileiro foi, exatamente como no México, abrindo o mercado brasileiro, reduzindo controles sobre o funcionamento da indústria. Mais claramente: durante muitas décadas, a indústria automobilística — por exemplo — era obrigada a comprar a maioria das peças aqui dentro, de fornecedores brasileiros. Entenda bem, não era proibido importar essas peças, mas os impostos para comprá-las, la fora, era tão alto que as filiais das multinacionais eram forçadas a recorrer a indústria local… Em síntese, o que levou o México para o buraco foi todo um modelo de “abertura” da economia, imposto pelos países ricos e Fundo Monetário Internacional. O que ameaça levar o Brasil para o mesmo buraco é esse mesmo modelo” (Se os brasileiros não forem à guerra, jornal Diário da Manhã, pág. 9, 1994).
Com quatro anos de antecedência, portanto, o analista advertia para os riscos do modelo único de desenvolvimento imposto pelo consenso de Washington à América Latina e países emergentes: abertura indiscriminada às importações e ao capital externo, desregulamentação da economia e paridade entre moeda nacional e dólar.
Ensinamentos
Biondi deixou o Diário da Manhã no final de 1995. Fincou o pé numa coluna semanal, às quintas-feiras na Folha de S. Paulo e depois passou a ser articulista do jornal Diário Popular (SP) e das revistas Caros Amigos (SP) e Bundas (RJ). Em 1998 produziu em 1998 o livro “O Brasil Privatizado – Um balanço do Estado – Editora Perseu Abramo, SP. Falecido em 21 de julho de 2000, na cidade de São Paulo, teve publicado pela Perseu Abramo, pós-mortem “O Brasil privatizado II – O assalto das privatizações continua”.
Numa de suas últimas entrevistas, à revista Caros Amigo, número 19, de outubro de 1998, Biondi prenunciava: “Somos a bola da vez desde maio. Já quebramos. Com esses juros malucos, você vai gastar quase 90 bilhões de juros por ano! Que corte você vai fazer? Acho até bendita a crise, porque você vai mexer com as importações, logicamente vai criar emprego de novo e até ressuscitar empresas. Não precisa daquele nível de investimento para criar emprego porque as máquinas estão aí, paradas”.
Com faro apurado para notícia e experiência de 44 anos de jornalismo econômico, Biondi deixou uma última lição para os jovens jornalistas da área:
“A Gazeta Mercantil, às segundas-feiras, reproduz aqueles dados da revista The Economist, sobre a situação das economias mundiais. Se o jornalista econômico tivesse o hábito de olhar a tabela, veria alí, por exemplo, que os tigres asiáticos já se recuperaram, a Coréia está com superávite na balança comercial de 25 bilhões de dólares em doze meses. O jornalismo econômico é como o jornalismo policial é fragmentado. Dá o momento de recorde e o momento de grande crise. Depois não se fala mais nada e todo mundo fica pensando que só tem crise. Que é o fim do mundo”.
Brasil Privatizado: a farra com dinheiro do povo
Aloysio Biondi sabia ler nas entrelinhas de cada medida tomada pela dupla econômica do presidente Fernando Henrique Cardoso: Pedro Malan (Ministro da Fazenda) e Gustavo Franco (presidente do Banco Central). Por isto revelou ao país que o desmonte de empresas públicas era feito, pasmem, com dinheiro do contribuinte! “”O governo diz que o Tesouro está quebrado, usa essa desculpa para doar as estatais e depois arruma dinheiro para os compradores”,denuncia.
Biondi revela que antes de vender as empresas telefônicas, o governo de Fernando Henrique Cardoso investiu E$ 21 bilhões no setor, em dois anos e meio. Depois vendeu tudo por uma “entrada” de R$ 8,8 bilhões (ou menos), porque financiou metade da entrada para grupos brasileiros.
Na venda do Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj), o “comprador” pagou apenas R$ 330 milhões e o governo do Rio, comandado pelo governador Marcelo Alencar (PSDB) tomou, antes, um empréstimo dez vezes maior, de R$ 3,3 bilhões, para pagar direitos dos trabalhadores.A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi comprada por R$ 1,05 bilhão, dos quais, R$ 1,01 bilhão em “moedas podres”.
“A privatização brasileira é assim: o governo financia a compra, aceita moedas podres, a longo prazo, financia investimentos(até a Light recebeu empréstimo de R$ 730 milhões em 1998). E para aumentar os lucros dos compradores o governo engole dívida bilionárias, demite funcionários, aumenta tarifas e preços antes da privatização”, resume.
O Brasil Privatizado, volumes I e II pode ser acessado no site da Fundação Perseu Abramo: http://www.fpabramo.org.br/uploads/Brasil_Privatizado.pdf
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Biografia
Aloysio Biondi (Caconde, 1936 — São Paulo, 21 de julho de 2000) foi um jornalista econômico brasileiro.
Atuou durante 44 anos de exercício profissional, nas principais redações da imprensa brasileira.
Nos anos anteriores ao seu falecimento (2000), aos 64 anos, destacou-se pelo trabalho na imprensa alternativa, com a qual colaborou durante toda a vida (com destaque para o período em que foi colaborador do jornal Opinião, na década de 1970).
Também é autor do livro O Brasil privatizado – Um balanço do desmonte do Estado, onde critica as privatizações feitas no governo Fernando Henrique Cardoso, alcançando a marca de mais de 125 mil exemplares vendidos.
Nascido em Caconde e criado em São José do Rio Pardo, no interior de São Paulo, Biondi começou sua carreira em 1956, na Folha da Manhã, que posteriormente daria origem à Folha de S. Paulo.
Trabalhou também na Gazeta Mercantil, Jornal do Commercio (RJ), Diário do Comércio e Indústria (DCI-SP), Correio da Manhã (RJ), Diário da Manhã (GO) e revistas Veja e Visão. No Diário da Manhã, em Goiânia, trabalhou junto a Washington Novaes em um dos mais interessantes e inovadores projetos do jornalismo brasileiro, ainda desconhecido. Foi vencedor de dois Prêmio Esso. Em 1967, pela revista Visão, e em 1970, pela Veja.
Conforme escreveu o também jornalista Jânio de Freitas, em artigo por ocasião da morte do colega “Biondi não frequentava ministérios, bancos, gabinetes estatais, rodas de grandes empresários. E, no entanto, jamais um jornalista soube de modo tão completo quanto ele, e duvido que algum dia outro venha a saber, o sentido real, os pormenores e as consequências das decisões econômicas e monetárias”.
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