Brasileiro faz piada de tudo e no Instagram já estão perguntado: “Bolsonaro vai tomar no braço, ou no bumbum a vacina chinesa”?
Este domingo provou que ainda tem racionalidade no Brasil.
Na Anvisa, tão pressionada pelo presidente e pelo ministro-general, a equipe técnica e os cinco diretores honraram seus diplomas e suas funções aprovado por unanimidade as vacinas Coronavac, desenvolvida pela parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac; e também a vacina do consórcio Fiocruz-Astrazeneca/Oxford (Inglaterra).
A guerra política entre o João Dória (PSDB-SP) e o Jair Bolsonaro (sem partido) termina com vitória do paulista, que apostou na vacina, contra o presidente que defendeu o “tratamento precoce”.
Foi aliás uma derrota dupla do presidente Jair Bolsonaro. O presidente perdeu a “queda do braço”, porque a primeira pessoa vacinada no Brasil foi Mônica Calazans, uma enfermeira paulista, negra, de 54 anos, que se formou apenas aos 50 e se voluntariou para pesquisa da vacina feita pelo Instituto Butatan, de São Paulo. Mais: Bolsonaro perdeu o “discurso da cloraquina”, porque a Anvisa disse em letras garrafais que a cloroquina é ineficaz, e somente a vacina combate efetivamente o coronavírus.
Nesta semana trágica, com as cenas fortes de brasileiros morrendo asfixiados por falta de oxigênio nos hospitais de Manaus, o anúncio da Anvisa e a vacinação simbólica da enfermeira Mônica Calazans, devolvem a esperança ao nosso povo.
Também é importante destacar os exemplos de solidariedade. A China e a Venezuela, países tão criticados pelo clã Bolsonaro, saíram na frente com doações de equipamento, cilindros de oxigênio e médicos para socorrer os nossos irmãos manauaras.
Difícil também não se emocionar com a campanha de arrecadação de dinheiro para compra de cilindros de oxigênio encampanda pelo humorista Wintherson Silva e pelo cantor sertanejo Gustavo Lima, que sensibilizaram outros artistas e garantiram o precioso ar da vida para os pacientes de Manaus.
Chineses, venezuelanos, cantores, cantoras, artistas mostraram que ao contrário do que disseram a dupla Bolsonaro-Pazuello, é possível sim fazer algo para salvar vidas no Amazonas e no Brasil.
Fica apenas a pergunta: Bolsonaro e Pazuello preferem tomar a vacina no braço ou no bumbum?
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